terça-feira, 6 de julho de 2010

O pequeno gigante

Ele saía de casa meio que sem destino, todos os dias à tarde. Voltava insatisfeito com o que tinha vivido naquele tempo ocioso. Acreditava não pertencer a esse mundo, afinal não se sentia parte dele. Sua essência ocupava um lugar ainda a ser descoberto. Por isso a razão de suas viagens cotidianas. Mas um dia, entre idas e vindas ocasionais, encontrou um grupo de pessoas um pouco estranho à sua realidade. Curioso, decidiu verificar melhor o que seria aquilo. O que faziam daquelas pessoas tema tão intrigante aos olhos daquele pequeno menino? Ele queria entender e talvez compartilhar daquilo que via. Aproximou-se como quem não queria nada. Sondou o ambiente e passou a sentir o desejo de integrar-se ao grupo. Aos poucos, fez-se notável. Mas não o bastante para imprimir nos outros o respeito que tinha por si mesmo. Porém, compactuante com o destino, agregou-se e fez-se visível, importante e imponente. Os olhos e mentes mais intrigantes quiseram o deturpar, mas a vontade do pequeno gigante o impulsionou para o cume. Ousou impor-se onde a razão não o encorajava. Entre desafios e lutas, tornou-se forte. A cada obstáculo se encouraçava com o brasão dos que o acolheram e passou a defendê-lo com todo seu vigor. Voar seria seu próximo sonho, nem que para isso fosse preciso recorrer a Ícaro e sua genialidade. Abriu olhos e ouvidos ao conhecimento dos primórdios. Crescia a cada dia e passou a conotar determinação. Como todo grande herói, enfrentou obstáculos os mais diversos. Conseguiu os ultrapassar seus limites com a ajuda de seus principais agregados, que adquirira por onde passou. O minúsculo guerreiro continuou a pelejar em sua conturbada, porém gloriosa vida. E conseguiu honrar seu nome e seu escudo. O grupo que um dia o hipnotizou com sua singularidade hoje o sustenta com seu vigor e poder. A grandeza do grupo que um dia atraiu o pequeno menino, hoje chama a atenção de outros futuros e promissores guerreiros, que já pelejam a favor do mesmo brasão, símbolo de união e força coletiva...

Um comentário:

  1. Esse texto foi escrito sob inspiração de uma pessoa indelevelmente ímpar. Os ecos de sua existência repercutem nos mais implacáveis dos lugares por onde passou.

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